terça-feira, 8 de dezembro de 2009

1 APRENDIZAGEM CONTÍNUA

Os maiores mestres da humanidade construíram-se em interação com o mundo e nunca se consideraram uma obra acabada; eles aprenderam enquanto viveram. Essa atitude foi muito bem sintetizada por Aristóteles: O bem do homem é a alma trabalhar no caminho da excelência umavida inteira; (...) porque assim como uma andorinha só ou um único dia bonito não faz verão, não é um único dia ou um curto espaço de tempo que torna um homem abençoado. (Durant, Will. A História da Filosofia, Record, pag. 76).

Sócrates, apesar de ter sido considerado sábio em sua época, dizia: "Só sei que nada sei." Confúcio pregava o caminho do grande aprendizado, que consistia na constante investigação da realidade, para que o homem pudesse tornar-se construtor de si mesmo e da sociedade. Para Confúcio, o segredo da paz e da prosperidade estava no cultivo das pessoas.

Benjamim Franklin decidiu aperfeiçoar-se, ao longo da vida, em treze virtudes, dentre as quais a de adquirir a humildade pela imitação de Sócrates e de Jesus Cristo. Gandhi resolveu dedicar sua vida à aprendizagem da não-violência, e usou-a como uma arma poderosa contra a força violenta do império britânico.

Deming dedicou sua vida à aprendizagem e à melhoria contínua (doente, poucos meses antes de morrer, aos 93 anos, ainda se julgava aprendiz dos próprios alunos); Kaoru Ishikawa, a inspirar os japoneses à prática da aprendizagem e da melhoria contínuas como estilo de vida; Thomas Edison a aprender, criar e melhorar; e Einstein, à busca incessante da comprensão da mente de Deus, pela descoberta das leis da natureza.

Há indícios de que o mundo está passando por uma revolução no ensino e na aprendizagem, criando oportunidades para muitos. Os principais aspectos dessa revlução enfatizam:

. o reconhecimento de que o cérebro tem centros distintos de inteligência que precisam ser exercitados;
. o reconhecimento de que a emoção exerce papel fundamental na aprendizagem, podendo impedi-la quando se manifesta na forma de medo, excessiva ansiedade ou tédio;
. a necessidade de se integrarem visão de futuro, imagens mentais, paixão e ação para se atingirem metas significativas;
. o reconhecimento de que é preciso aprender fazendo e de que o conhecimento é construído e reconstruído o tempo todo, de forma coletiva;
. a ênfase na aprendizagem ativa, com intensa participação do aprendiz, em vez da ênfase no ensino centrado no professor;
. o reconhecimento de que existem muitos estilos de aprendizagem, com diferentes velocidades, que devem ser respeitados;
. a classificação, priorização e contextualização de conteúdos, de forma a evitar a saturação do cérebro com informações desnecessárias;
. o exercício constante do cérebro no pensamento criativo e crítico.

A consideração desses fatores tem propiciado significativas reduções no tempo de aprendizagem em várias áreas do cohecimento.

Resssalte-se que a aprendizagem contínua é condição fundamental para a melhoria contínua, evolucionária ou revolucionaria. Por outro lado, a melhoria contínua promove a aprendizatem contínua, posto que os dois conceitos estão interligados.

Atualmente, mais do que uma decisão pessoal, aprender a aprender e aprender continuamente tornam-se uma necessidade para se viver com dignidade.

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